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05 formas de se desenvolver como terapeuta

Ser Psicólogo, ser Terapeuta passa por muitos desafios. Ouvimos de muitas pessoas: “Nossa, como você consegue passar o dia só ouvindo problemas!”

Costumamos dizer que ouvimos com técnica, que não é uma simples escuta, é uma escuta qualificada. Claro que é desafiador e pode sim ser cansativo, especialmente quando não estamos preparados.

O preparo técnico/teórico é sem dúvidas imprescindível é o que pode diferenciar uma escuta amiga, trivial. Acreditamos que para escutar o outro de forma diferenciada é preciso aprofundar em nosso próprio processo de desenvolvimento pessoal e profissional, ampliando nossa capacidade de compreender a angústia, a dor ou disfuncionalidade da pessoa, casal ou família.

Listamos abaixo 5 formas de se desenvolver como Terapeuta, esperamos que seja útil pra você!

01. Fazer terapia

Ah!! Como é bom poder ser humano!

Simplesmente uma pessoa, que tem um espaço para ser ouvida, para se ouvir, pensar sobre si mesma. Fazer terapia é uma oportunidade para refletir e transformar as vivências em experiências, em aprendizados. Para compreender a própria história familiar, se descobrindo e redescobrindo, na constante dança entre pertencer e se diferenciar.

Um momento para ressignificar as dores e sofrimentos, acolher o que foi possível e transformar o que é preciso para se sentir uma pessoa mais leve e melhor. Acreditamos que quanto mais avançamos na compreensão de nossa história pessoal, mais nos tornamos preparados para ajudar nossos pacientes com suas demandas.

02. Vivenciar as técnicas da Terapia Familiar

Uma forma de aprofundar e compreender a própria história é participar de exercícios vivenciais e técnicas sistêmicas (por exemplo Genograma, Genograma da Missão, Genograma Cruzado, Linha do Tempo).

Vivenciar a técnica traz clareza a respeito das próprias demandas e dificuldades, é uma oportunidade para ressignificar as marcas que recebemos da nossa família, iluminando o caminho a ser percorrido.

O Terapeuta Familiar que trabalha suas próprias questões, sua própria história, quando se utiliza desses mesmos instrumentos em sua prática clínica, consegue ampliar sua percepção e identificar as questões e necessidades do paciente com mais clareza.

03. Observe as demandas repetidas

É muito comum ouvir de colegas Psicólogos que as demandas se repetem, que recebem vários pacientes com questões parecidas. Nesses casos é importante o psicólogo revisitar a sua história familiar para descobrir, às vezes redescobrir semelhanças ou diferenças que podem mobilizar o atendimento terapêutico.

É um mergulho incansável na própria história familiar para avançar no processo de desenvolvimento e contribuir no crescimento do paciente.

04. Participe de supervisão ou estudos de casos

Participar de uma supervisão, individual ou em grupo, possibilita o aprofundamento, a reflexão e amplia a compreensão do caso. A troca em grupo, é uma oportunidade para olhar uma situação sobre várias perspectivas e construir um planejamento estratégico para que a atuação do terapeuta familiar tenha resultados funcionais e eficazes.

Ouvir colegas com suas vivências e experiências enriquece o processo de formação do Terapeuta, e normalmente nos remete a nossos casos em atendimento e nossa prática clínica.

Acreditamos que para uma atuação consistente, efetiva e satisfatória, devemos investir:

1) no aprofundamento da linha teórica, através de leituras, participação em cursos e formações;

2) na própria terapia;

3) na supervisão técnica dos atendimentos.

05. Não seja “só” Psicólogo!

Vivemos em uma sociedade onde trabalhar sem limites, ser produtivo, é algo estimulado e muito valorizado. A discussão sobre produtividade pode ser longa!

Acreditamos que para termos um bom desempenho na área profissional, precisamos ter espaço para exercer outros papéis em nossa vida, ter tempo para descobrir outros interesses, como a expressão de um talento, momentos de lazer e tempo para realizar outras atividades como: praticar esporte, fazer uma massagem relaxante, sair para dançar, caminhar sem pressa por um lugar bonito… essas e tantas outras formas de “desligar” e “limpar a mente,” diante das diferentes demandas profissionais que recebemos no dia a dia.

A espontaneidade e criatividade andam em direção oposta da pressão e cobrança, precisamos de espaço e tempo para nos cuidarmos e permitir que sejamos cuidados. Tem sido recorrente encontrar colegas de profissão esgotados, indo além de seus limites, precisando olhar e cuidar de si.

Conclusão

Ser Terapeuta, ser Psicólogo nos convida a um constante mergulho na própria história familiar para que possamos ampliar a consciência a respeito das nossas escolhas, da forma que nos relacionamos com as pessoas e com o trabalho.

Precisamos nos acolher, estarmos atentos a nossas necessidades e demandas, sermos generosos conosco, para termos condições de ajudar o outro e conduzir a vida pessoal e profissional de forma agradável e satisfatória.

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